TRANSTORNO DO DESENVOLVIMENTO INTELECTUAL

Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais da Associação Americana de Psiquiatria (DSM 5), a Deficiência Intelectual ou Transtorno do Desenvolvimento Intelectual são déficits funcionais, tanto intelectuais quanto adaptativos, nos domínios conceitual, social e prático que começam antes dos 18 anos.

A prevalência na população geral é de 1% a 3%, sendo os meninos mais comumente afetados do que as meninas. Os fatores de risco são genéticos e ambientais como história familiar de deficiência intelectual, parto prematuro, lesão hipóxico-isquêmica neonatal, hiperbilirrubinemia, deficiências nutricionais e abuso infantil ou negligência.

A apresentação clínica varia dependendo da gravidade da deficiência intelectual. Os primeiros sinais podem incluir linguagem receptiva e expressiva atrasada, habilidades adaptativas atrasadas, como vestir-se e ir ao banheiro, déficits em habilidades motoras finas, dificuldades com habilidades de resolução de problemas, imaturidade social e/ ou problemas comportamentais.

A gravidade da deficiência intelectual é determinada pelo nível de funcionamento adaptativo e suporte necessário e é classificada como leve, moderada, grave e profunda. O neuropediatra avaliará se o paciente apresenta critérios como:

1. Déficits em funções intelectuais como raciocínio, solução de problemas, planejamento, pensamento abstrato, juízo, aprendizagem acadêmica e aprendizagem pela experiência confirmados tanto pela avaliação clínica quanto por testes de inteligência padronizados e individualizados.
2. Déficits em funções adaptativas que resultam em fracasso para atingir padrões de desenvolvimento e socioculturais em relação a independência pessoal e responsabilidade social. Sem apoio continuado, os déficits de adaptação limitam o funcionamento em uma ou mais atividades diárias, como comunicação, participação social e vida independente, e em múltiplos ambientes, como em casa, na escola, no local de trabalho e na comunidade.
3. Início dos déficits intelectuais e adaptativos durante o período do desenvolvimento.

O tratamento adequado deve ser iniciado o quanto antes com equipe multidisciplinar para auxiliar na qualidade de vida de todas as crianças com deficiência intelectual. Os pilares do tratamento é educação especial na escola e programas de intervenção precoce. Isso inclui a promoção de hábitos de vida saudáveis, como dieta adequada e atividade física regular. A criança precisa ser continuamente acompanhada para avaliar sobre comorbidades, educar os cuidadores e elaborar de um plano de transição para a vida adulta.

É comum que os pacientes apresentem outras doenças como distúrbios de saúde mental, convulsões, problemas respiratórios, problemas gastrointestinais e problemas de visão e audição. No caso de crianças com uma causa conhecida de deficiência intelectual, o médico pode fornecer tratamento específico da causa. Isso pode incluir cuidados de suporte, possível tratamento curativo para alguns erros inatos do metabolismo e aconselhamento genético, quando for apropriado.